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Retorno às aulas presenciais: Já é hora de voltar? O que fazer?

Retorno às aulas presenciais: Já é hora de voltar? O que fazer?

Este segundo semestre de 2021 começa com uma questão que preocupa muitas pessoas que trabalham com educação: o retorno às aulas presenciais.

Algumas escolas já estão, desde o primeiro semestre, com um trabalho misto em que há um grupo que assiste às aulas remotas e outro que voltou a participar das aulas presenciais.

A grande discussão ainda é a segurança sanitária com relação ao retorno presencial. Esta causa é legítima e válida. Não podemos generalizar as realidades das escolas pelo Brasil. É preciso que essa questão seja estudada com muita atenção por todos os envolvidos na comunidade escolar.

Um ponto é comum: o trabalho que está sendo feito nas escolas desde o ano passado, envolvendo muita dedicação dos professores e coordenadores, deve ser valorizado e respeitado.

Dito isso, podemos pensar alguns pontos para fazer esse retorno às aulas presenciais, assim que for possível e de acordo com a realidade de cada local:

1.       Protocolos sanitários: como temos unidades funcionando com aulas presenciais, este é um ponto que já deve estar adequado no que diz respeito a questões físicas. Porém, vale criar sinalizações, encenações para as crianças menores, folders e demais materiais de comunicação que ressaltem a importância dos cuidados de higiene e distanciamento social, ainda muito necessários.

2.       Utilizando novos espaços de aprendizagem: coordenação pedagógica e corpo docente devem discutir possibilidades de uso dos espaços presenciais e virtuais de aprendizagem, tendo em vista novos arranjos das turmas, os modos de aprender, a implantação das metodologias ativas. Isto significa que estamos falando de novos modos de planejar nossas aulas e não apenas organizar mesas. É preciso estudo, reflexão e parceria.

3.       Planejamento visando à aprendizagem dos alunos: rever nossos planejamentos de aula para possibilitar a personalização da aprendizagem e, ao mesmo tempo, incentivar o trabalho coletivo. Buscar novas alternativas para apresentação de conceitos (videoaulas, textos), atividades de entendimento de processos (listas de atividades, simuladores, fóruns, leituras) e propor novas organizações para as turmas, com estações e atividades diferenciadas. Assim, mesmo estando em lugares diferentes fisicamente, os estudantes podem participar de ações que se complementem.

4.       Rever os instrumentos avaliativos: esta é uma ação que, independentemente da pandemia, já era uma necessidade das escolas. A avaliação deve ser fruto dos critérios por nós estabelecidos, de acordo com as habilidades a serem desenvolvidas. Precisa focar não apenas uma ação ao final de um período, mas sim todo o processo proposto para o estudante.

5.       Para algumas turmas, aplicar avaliações diagnósticas que possibilitem perceber as conquistas e os desafios dos estudantes e, desta forma, estabelecer um plano de ação mais assertivo.

6.       Propor ações que trabalhem as competências socioemocionais que garantam espaços de diálogo, acolhimento e conforto para todos (famílias, professores e estudantes).

7.       Ações de apresentação das novas dinâmicas e dos novos espaços de aprendizagem. Não estamos voltando para a mesma escola que deixamos, com o mesmo comportamento. Abrir assembleias com as turmas para discutir o que vivemos, o que ainda estamos vivendo e para onde caminhamos (combinados, mudanças de postura, olhar coletivo, novas parcerias).

8.       Utilizar as metodologias ativas: projetos, aulas invertidas, estudos de caso, entre outras como novas possibilidades de arranjos.

9.       Caminhos de partilha: incentivar o trabalho entre pares nas escolas, divulgação de boas práticas, criar ferramentas de comunicação entre os docentes. O trabalho em equipe nunca foi tão necessário.

Tentar, criar, recriar, começar e recomeçar sem medo e sem fórmulas prontas. Ter em mente que só o trabalho coletivo, o diálogo, a análise de todos, o estabelecimento de metas possíveis para cada realidade, farão da escola um espaço inovador, de aprendizagens reais, de desenvolvimento de habilidades e competências.

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